segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CNPCJR


Guias para intervenção junto de crianças para profissionais de diversas áreas

A CNPCJR disponibiliza 4 guias para os profissionais das áreas da Acção Social, da Educação, das Forças Policiais e da Saúde.
Os guias debruçam-se sobre várias temáticas, nomeadamente:
Como proceder no âmbito do Sistema de Promoção e Protecção à Infância;
Como garantir os direitos das crianças;
Como prevenir as violações dos direitos das crianças;
Qual o papel das entidade com competência em matéria de infância e juventude e outras entidades da comunidade.

quarta-feira, 21 de março de 2012

BreVes


Depois de uma semana preenchida de episódios, no mínimo caricatos, não obstante quanto às personagens ou entidades envolvidas, mais do que nunca, pretendo aqui manifestar uma mera opinião. Ideologias à parte e não querendo entrar por campos que não são meus, todos tivemos ocasião de constatar que, no que toca às relações entre o Estado e os poderosos, nada de fundamental mudou. Ora vejamos, em apenas uma semana, descobrimos que este governo já terá gasto 900 milhões de euros para "privatizar" o BPN, ouvimos determinado ministro justificar que os regimes de exceção dos vencimentos na TAP e CGD eram meras “adaptações”, que a Brisa reclama mil milhões de euros de indemnização em virtude da introdução de portagens na SCUT, a entrada de receitas terá diminuído(!), ouvimos que o secretário de Estado da Energia demitiu-se "por motivos pessoais e familiares", porém, a disponibilidade demonstrada em dialogar com a EDP sobre a eventual redução das rendas e os subsídios em vigor seria revista, mas vislumbrou que tanto os chineses, como espanhóis, bem como, todos os outros subsidiados, não tinham disponibilidade para rever esses contratos, sabendo nós que os lucros da EDP à custa dos consumidores iriam diminuir, ou, não menos sensacional, ouvir o que se passou em torno do caso Lusoponte.
Sabemos ainda que os 170.000 milhões de euros de dívida que acumulamos, são, em grande parte, responsabilidade de um grupo seleto de pessoas que é sempre a mesma e que ora estão no governo, ora são oposição, ora estão nas empresas públicas, ora estão nas empresas privadas e, a fazer o que antes criticavam. E assim sucessivamente. Quase um ano decorrido, observo ainda que a maioria dos portugueses, pensa que a culpa do que nos aconteceu seja do anterior governo. Considero um pouco redutor. Constato que vivo num país generosamente dado à ausência de memória, porém, se quisermos olhar para trás, para percebermos o que realmente nos aconteceu, identificamos que o primeiro grande despesista da história ter sido Cavaco S., de o governante que mais danos financeiros causou a Portugal ter sido J. Cravinho, ou de o primeiro-ministro das finanças a deixar descontrolar o défice ter sido P. Moura, e por aí fora. Em suma, aos dias de hoje, verificamos que a despesa pública continua a aumentar e a receita a cair.

domingo, 23 de outubro de 2011

Alto da Cova da Moura


Às 07h40m da manhã do dia 09 de Junho partimos de comboio do Entroncamento para a estação do Oriente, levando na bagagem muita disposição e expectativas elevadas, rumo à Cova da Moura.
Ansiávamos ver “in loco” o ambiente transtornante deste bairro e "carregávamos" dentro de nós o preconceito negativo de violência que já nos fora veiculado tantas vezes pela comunicação social e empolado pela imaginação pessimista do desconhecido. Porém, já em Lisboa, fomos confrontados novamente por pensamentos menos dignos de se ter, neste caso, preconceituosos para com este bairro, uma vez que nem os taxistas nos queriam levar ao bairro em questão, quanto mais não fosse, deixavam-nos perto, facto que se consumou.
Após certo tempo de espera à entrada do bairro e um certo trago a mistério que nos envolvia a todos, lá apareceu uma colaboradora da associação Moinho da Juventude que nos acompanhou pelas ruas até chegarmos à associação.
Conhecemos a Associação de Moradores do Bairro Alto da Cova da Moura, principalmente o núcleo do Moinho da Juventude com as suas amplas e variadas vertentes sociais: Biblioteca, Centro de Documentação, Centro de Formação, com cursos adequados às necessidades pontuais, mediadores culturais, puericultura (acompanhando mães adolescentes que foram orientadas antes do nascimentos dos seus bebés num curso agora extinto), curso básico de informática, curso de prevenção de HIV-SIDA, ATL, etc. Verificamos “in loco” a existência de três creches até aos três anos. Uma pertencente à Santa Casa da Misericórdia, outra à Paróquia e a outra é um pólo do Moinho da Juventude. Todos nos seduzimos com o aspecto cuidado e organizado destes espaços, com as belas pinturas murais realizadas por jovens talentosos e o civismo que por ali reinava. Afinal, a imaginação pessimista que tínhamos, caía por terra. Tivemos um guia empenhado, o Edir, que nos explicou variadíssimas coisas respeitantes ao Bairro Alto da Cova da Moura, por exemplo, este está a ser requalificado, depois de assinado o Protocolo em Novembro que assegura a permanência do Bairro como está e dos seus moradores. Informou-nos que as casas foram construídas pelos próprios há muitos anos e melhoradas conforme vão tendo possibilidades. O Moinho do Alto, em ruínas, agora vai ser preservado enquanto monumento, mas reconstruído e transformado noutra biblioteca para servir a população. Actualmente, existem cerca de 9.000 moradores, permanecem aí vinte e dois restaurantes e vinte e nove salões de cabeleireiro, especializados em tratamento de cabelo e penteados afro. Tivemos conhecimento do Projecto Sabura, palavra crioula, que, não tendo uma tradução específica em português, simboliza tudo o que é positivo. A este projecto estão vinculados diversos restaurantes, cada um simbolizando uma ilha de Cabo Verde. Infelizmente, não tivemos nesta visita, a oportunidade de almoçar e provar as famosas iguarias típicas de Cabo Verde, quem sabe numa próxima visita. Como a vida se encontra difícil, no bairro habitam beneficiários de outras origens, de famílias residentes no bairro. Edir informou-nos que 50% da População do Bairro é cabo-verdiana; 30% são portugueses, brancos, retornados das ex-colónias; 10% de origem diversa, Brasil, Angola, Guiné, países de Leste, etc.
Concluindo, sentimo-nos bem na visita ao Bairro, fomos bem recebidos e tratados, e viemos embora com a certeza de sermos bem-vindos e podermos voltar, sem receio, sempre que o desejarmos.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

The night outside

Geração Beat

O mito de uma geração. Nasce na sequência de "Pela Estrada Fora", romance autobiográfico de Jack Kerouac, reunindo um grupo de escritores e poetas que rejeitavam o materialismo no pós-II Guerra Mundial, ilustres como William S. Burroughs, Hal Chase, Allen Ginsberg, Neal Cassady e Lucien Carr.

Esta geração deixaria marcas profundas na juventude americana do pós-guerra, subvertendo a ordem e os costumes americanos na esperança de uma nova liberdade. Quando o romance foi editado, Einsenhower era Presidente dos Estados Unidos. A América do pós-guerra acreditava que uma nova harmonia era possível, mas vivia-se com medo do mundo vermelho atrás da cortina de ferro... A juventude já não se revia nos mesmos valores, era preciso partir as correntes, procurar a liberdade...

Jack Kerouac nasceu em Lowell, Massachusetts, em 1922. De origem franco-americana, na juventude cedo se tornou a estrela de futebol americano do liceu local, o que o levou a ser admitido na equipa da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, em 1940. Porém, devido a uma lesão abandonou os relvados em plena época. Após ver ameaçado o seu lugar na equipa, Kerouac abandonou a universidade e fez-se à estrada.

Pela Estrada Fora” narra as viagens de dois amigos, Sal e Dean (que, na realidade, são Kerouac e Neal Cassady), à deriva pelas estradas perdidas no continente americano e México, acaba por ser um manifesto de uma forma de viver intensa, vibrante, contagiante. São páginas repletas de noites loucas... de alcool... de excessos... e de jazz, muito jazz. É um romance que marcou toda uma geração.


«Para as adolescentes, ele foi o poeta louco, o primeiro amor que nunca esqueceram, com a sua conversa sobre boleias em comboios de carga e carros, estrada fora. Kerouac criou um herói de estilo moderno em Pela Estrada Fora; inventou a Geração Beat, originou um estilo de viver e um estilo de escrever.»
The Guardian





Google images


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Técnico no Apoio ao Idoso

O envelhecimento da população portuguesa verificado nas últimas décadas, é claramente atravessado pelas mudanças sociais, económicas e culturais decorrentes do processo de desenvolvimento socioeconómico. Portugal é o sexto país mais envelhecido do Mundo, de entre outros factores, uma das principais causas do envelhecimento tem a ver com a diminuição da taxa de natalidade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que nos próximos 20 anos aumentem em cerca de 300% as necessidades em cuidados de saúde da população idosa.
Acompanhando estas mudanças sociais, em Portugal, as respostas específicas para a Terceira Idade enquadram-se tanto no âmbito da Segurança Social, como nas políticas de outros sectores. A lei vigente da Segurança Social, assenta em dois princípios fundamentais: o princípio da Subsidiariedade Social e o princípio da Coesão Geracional. As políticas sociais, têm-se orientado no sentido de dar resposta às necessidades actuais das famílias que necessitam de novos serviços de apoio. Com efeito, uma das medidas de protecção social para idosos criada foi, o Programa de Apoio Integrado aos Idosos (PAII). É uma proposta do Ministério da Saúde e da Solidariedade que visa evidenciar os direitos das pessoas idosas a uma vida condigna.
Trabalhando isolado ou em rede, o Técnico de Educação Social (TSES), caracteriza-se pela capacidade de percepcionar a realidade, reflectir, de ser um mediador, um agente de ligação na prestação de cuidados individualizados. Caracteriza-se pela competência de adaptar-se às dificuldades e encontrar possíveis saídas para os múltiplos problemas de âmbito social. O seu perfil, estruturado pelos saberes ser, estar e fazer, tornam-no capaz de intervir em projectos de intervenção em equipas multidisciplinares, prestando a sua colaboração como alguém com conhecimento especializado, capaz de agir técnica e pedagogicamente, com sensibilidade social e ética.
Observando o número crescente de pessoas mais velhas vulneráveis em detrimento do número restrito de familiares que possam assegurar os cuidados necessários, como Técnicos, consideramos como sendo uma necessidade urgente e crescente implementar e desenvolver medidas concretas, com o sistema de acção social, desenvolvido por Instituições Públicas, e por IPSS, de forma a que a pessoa idosa tenha a possibilidade de ver garantida a satisfação das suas necessidades básicas com a qualidade devida. Perante o contexto de Serviço de Apoio Domiciliário, a intervenção do TSES, conjunta com os demais serviços, terá de ter sempre presente, o desafio de melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas e/ou dependentes, dando resposta às necessidades individuais de cada pessoa, contribuindo para evitar e/ou retardar a sua institucionalização e, diminuir o seu período de isolamento/solidão, promovendo o aumento da sua qualidade de vida. Na procura constante de respostas inovadores que qualifiquem a sua intervenção, junto dos seus clientes, o TSES, facilitará um acompanhamento mais personalizado e diferenciado àqueles que apoia, promovendo e estimulando a autonomia nas actividades da vida diária. Proporcionando momentos de lazer e ocupação, contribui desta forma, para a manutenção do idoso no seu domicílio. A necessidade de um cuidar dirigido a uma população envelhecida exige que se conheça a verdadeira dimensão e importância dos cuidados a prestar. O desafio colocado aos TSES exige-nos uma atitude proactiva de envolvimento e concertação das práticas profissionais, tendo em vista metodologias inovadores que visem o bem-estar dos cidadãos idosos.