segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Técnico no Apoio ao Idoso

O envelhecimento da população portuguesa verificado nas últimas décadas, é claramente atravessado pelas mudanças sociais, económicas e culturais decorrentes do processo de desenvolvimento socioeconómico. Portugal é o sexto país mais envelhecido do Mundo, de entre outros factores, uma das principais causas do envelhecimento tem a ver com a diminuição da taxa de natalidade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que nos próximos 20 anos aumentem em cerca de 300% as necessidades em cuidados de saúde da população idosa.
Acompanhando estas mudanças sociais, em Portugal, as respostas específicas para a Terceira Idade enquadram-se tanto no âmbito da Segurança Social, como nas políticas de outros sectores. A lei vigente da Segurança Social, assenta em dois princípios fundamentais: o princípio da Subsidiariedade Social e o princípio da Coesão Geracional. As políticas sociais, têm-se orientado no sentido de dar resposta às necessidades actuais das famílias que necessitam de novos serviços de apoio. Com efeito, uma das medidas de protecção social para idosos criada foi, o Programa de Apoio Integrado aos Idosos (PAII). É uma proposta do Ministério da Saúde e da Solidariedade que visa evidenciar os direitos das pessoas idosas a uma vida condigna.
Trabalhando isolado ou em rede, o Técnico de Educação Social (TSES), caracteriza-se pela capacidade de percepcionar a realidade, reflectir, de ser um mediador, um agente de ligação na prestação de cuidados individualizados. Caracteriza-se pela competência de adaptar-se às dificuldades e encontrar possíveis saídas para os múltiplos problemas de âmbito social. O seu perfil, estruturado pelos saberes ser, estar e fazer, tornam-no capaz de intervir em projectos de intervenção em equipas multidisciplinares, prestando a sua colaboração como alguém com conhecimento especializado, capaz de agir técnica e pedagogicamente, com sensibilidade social e ética.
Observando o número crescente de pessoas mais velhas vulneráveis em detrimento do número restrito de familiares que possam assegurar os cuidados necessários, como Técnicos, consideramos como sendo uma necessidade urgente e crescente implementar e desenvolver medidas concretas, com o sistema de acção social, desenvolvido por Instituições Públicas, e por IPSS, de forma a que a pessoa idosa tenha a possibilidade de ver garantida a satisfação das suas necessidades básicas com a qualidade devida. Perante o contexto de Serviço de Apoio Domiciliário, a intervenção do TSES, conjunta com os demais serviços, terá de ter sempre presente, o desafio de melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas e/ou dependentes, dando resposta às necessidades individuais de cada pessoa, contribuindo para evitar e/ou retardar a sua institucionalização e, diminuir o seu período de isolamento/solidão, promovendo o aumento da sua qualidade de vida. Na procura constante de respostas inovadores que qualifiquem a sua intervenção, junto dos seus clientes, o TSES, facilitará um acompanhamento mais personalizado e diferenciado àqueles que apoia, promovendo e estimulando a autonomia nas actividades da vida diária. Proporcionando momentos de lazer e ocupação, contribui desta forma, para a manutenção do idoso no seu domicílio. A necessidade de um cuidar dirigido a uma população envelhecida exige que se conheça a verdadeira dimensão e importância dos cuidados a prestar. O desafio colocado aos TSES exige-nos uma atitude proactiva de envolvimento e concertação das práticas profissionais, tendo em vista metodologias inovadores que visem o bem-estar dos cidadãos idosos.

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